quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

a paz de um amor de um amigo;


Eu lembro de quando me chamaram de "sapatão" pela primeira vez, nossa... Cara, você não tem noção do quanto eu me desesperei, "eu não sou isso, eu não sou isso" eu repetia pra mim mesma. Eu queria encontrar aquela pessoa que me chamou de sapatão, olhar no rosto dela e falar: "É, você tava certa". O pior sentimento do mundo, é você ter vergonha de si mesmo, do que você é, e no começo, foi isso que eu senti, eu sentia tanta vergonha de mim que eu ficava com os meninos só pra disfarçar, só pra ninguém me olhar torto e cochichar pra pessoa ao lado: "Olha, ela é sapatão". Sabe qual o sentimento que me domina hoje? Orgulho. Orgulho de ser quem eu sou, cara, você não imagina o quão emocionada eu fico por gritar pro mundo: "Eu sou sapatão". Liberdade, liberdade de ser, de sentir, de expressar, de mudar.
Eu tenho amigas sapatões, amigos gays, tenho amigas heteros, amigos heteros, amigas e amigos bissexuais, tenho amigos gordos, amigos magros demais, amigos negros, amigos pardos, amigos brancos, amigos nerds, amigos modernos, amigos drogados, amigos alcoolátras, amigos revolucionarios, amigos rockeiros, amigos funkeiros, amigos doidos, amigos 'certinhos', amigos rebeldes, amigos skatistas. Eu tenho amigos e essas pessoas certas ou erradas, são pessoas, teêm historias, sofreram, sorriram, caíram e levantaram como todo mundo, eu respeito e levo eles comigo. Ajudamos uns aos outros, é, no final, somos uma família. No final, só o amor conta.

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